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ToggleSaiba se as estações do ano interferem na saúde dos fios
Queda é um dos principais medos quando se fala de cabelo. E existe uma dúvida comum de que algumas estações do ano como o outono podem intensificar o processo. A dermatologista e especializada em tricologia Andrea Frange esclarece essas dúvidas.
De acordo com a médica, a perda de cabelo ao longo do ano é algo normal, já que estudos mostram que nos animais mamíferos ocorre uma queda sazonal dos pelos. “Existe um tipo de queda de cabelo denominado eflúvio telógeno agudo, no qual, por certo período, ocorre um maior desprendimento de fios do couro cabeludo de forma programada pelo organismo. Esta troca de pelagem ocorre no final do inverno e começo da primavera”, explica a Dra. Andrea.
Um dos aspectos que pode influenciar nessa perda é a percepção do nosso organismo com relação à quantidade de luz no decorrer dos dias. “Durante todo o período do inverno os pelos, que possuem papel de proteção térmica, ficam ‘retidos’ por mais tempo, prolongando assim o período de permanência aderido à pele. O provável gatilho para o início da queda seria o aumento da visualização da luz solar através dos caminhos neurais que ligam os olhos ao cérebro”, salienta a tricologista.
A especialista ainda destaca: “Um gatilho para este tipo de queda seriam viagens em locais de grande exposição solar, com dias mais longos, comparados aos locais com menor duração do período solar”. Além disso, por esse tipo de queda fazer parte de um ciclo biológico, não haveria como preveni-la ou impedir que ocorresse. “A boa noticia é que por tratar-se de uma queda programada, para cada fio que se desprende existe um novo fio se formando logo abaixo.”
Outras causas
De acordo com a médica, existem outras causas de queda capilar que são preocupantes, pois levam a uma alteração do ciclo normal do cabelo. É o caso da dermatite seborreica do couro cabeludo, ou caspa, que tende a piorar nas estações mais frias como outono e inverno. “O aumento da proliferação fúngica no couro cabeludo pode piorar a queda de cabelo consideravelmente. Para evitar o seu surgimento é importante realizar a higienização do couro cabeludo com shampoos mais adstringentes e antifúngicos para uma limpeza profunda. Isso de uma a duas vezes por semana, dependendo da necessidade. Também lembrar que a aplicação de condicionadores deve ser apenas realizada no comprimento dos fios – da altura da orelha em direção às pontas”.
Outro ponto é evitar o uso de água quente durante o banho, dando preferência para uma temperatura de morna para fria. A água quente estimula a produção de sebo pelas glândulas sebáceas, piorando a oleosidade do couro cabeludo e aumentando o ressecamento da haste dos fios.
Em alguns casos o tratamento apenas tópico não é suficiente, por isso a consulta médica é importante para avaliar a necessidade de medicações orais associadas e saber se a queda é pontual ou algo que precisa de um tratamento mais específico e prolongado.
Dra. Andrea Frange
Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Especialização em Tricologia pelo Hospital do Servidor Público Municipal.