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Cuidados com a Pele

Beleza natural: de cara limpa

Dicas para investir na saúde da pele

A quarentena despertou a busca por naturalidade em todos os sentidos, inclusive na pele. As pessoas estão se mostrando de cara limpa e buscando formas de cuidar e mantê-la saudável. Esse novo cenário que a pandemia apresentou trouxe à tona o olhar para si. Ver a beleza genuína no espelho se tornou mais rotineiro e lidar com o reflexo disso também.  “A onda da beleza natural vai se firmar com força, no entanto, isso não é o oposto de vaidade, e não significa deixar de lado o autocuidado,” opina a dermatologista Luciana Garbelini quanto ao futuro da beleza a partir dessa nova realidade. “Ficou evidente que manter a pele, o cabelo, as unhas e o corpo bem cuidados e naturalmente belos – no sentido de não precisar de artifícios para esconder imperfeições – exigem tempo, disciplina, conhecimento e investimento,” completa. E para isso é preciso estabelecer uma rotina mínima de cuidados com a pele. 

Guia rápido

A pele produz queratina e oleosidade naturalmente, por isso é importante começar pela limpeza. “Mesmo sem usar maquiagem e estar em contato direto com a poluição é fundamental conservá-la limpa,” reforça a médica. Que também lembrar que é preciso escolher produtos de acordo com as características predominantes de cada pele, e sempre observar a reação do corpo durante o uso.

Outro passo importante é a renovação celular da epiderme. Esta acontece espontaneamente, mas por meio da esfoliação é possível acelerar esse processo. Doutora Luciana aconselha fazer esse passo de uma a duas vezes por semana após a limpeza, mas isso dependerá da sensibilidade de cada pele. “A indicação é não exagerar na intensidade da pressão aplicada durante a esfoliação, já que isso também pode contribuir para a sensibilização cutânea.”

A próxima etapa é repor a água da pele, ou seja, passar um hidratante. Porém, é importante lembrar que existem produtos próprios para cada parte do corpo. Quando buscar por algum específico para o rosto, a médica aconselha ativos hidratantes como o ácido hialurônico, vitamina B5, vitamina E, assim como probióticos. No geral, esses também são mais neutros, sem ou com fragrâncias mais suaves, para evitar irritação. Vale também algum creme anti-aging e associar esse passo com uma massagem ou drenagem facial, é o que recomenda a dermatologista.

Para finalizar, um dos cuidados mais importantes é o uso do protetor solar. “Uma proteção extra acontece quando se usa o produto com cor de base, por proporcionar também uma barreira física contra os raios ultravioletas.” Além disso, é essencial lembrar de repassar o protetor a cada três ou quatro horas para que esse mantenha o nível de proteção.

Benefícios para a sua pele 

Reduzir o uso constante de maquiagem pode trazer inúmeros benefícios para a sua pele. A maquiagem pode obstruir os poros, causar acne e desidratar a pele com o tempo. Ao deixar sua pele respirar, você está permitindo que ela se renove e mantenha um equilíbrio saudável.  

Mas lembre-se, a beleza natural não significa que você deve abandonar todos os cuidados com a sua aparência. Pelo contrário, você pode adotar práticas que realcem sua beleza autêntica. Aqui estão algumas dicas: 

  • Cuidados com a Pele: Uma pele saudável é a base da beleza natural. Estabeleça uma rotina de cuidados com a pele que inclua limpeza, hidratação e proteção solar. Escolha produtos de alta qualidade que se adaptem ao seu tipo de pele. 
  • Alimentação Saudável: Sua dieta desempenha um papel crucial na saúde da pele. Consuma uma variedade de alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais. Beba muita água para manter a hidratação. 
  • Confiança: Acreditar em si mesma é a chave. Quando você se sente bem consigo mesma, isso brilha através de sua expressão e postura. Sorria e mantenha a cabeça erguida. 
  • Cabelo e Unhas Saudáveis: Não se esqueça dos cuidados com o cabelo e as unhas. Um cabelo bem cuidado e unhas saudáveis complementam sua beleza natural. 
  • Menos é Mais: Se optar por usar maquiagem, escolha uma abordagem minimalista. Um pouco de base, rímel e batom podem realçar seus recursos sem cobrir tudo. E quando necessário, não tenha medo de investir em si mesma.

Outros cuidados 

Existem algumas reclamações clássicas quando o assunto é pele. Entre elas estão as espinhas, olheiras e manchas. Esses aspectos podem ser escondidos com maquiagem, mas se a intenção é realmente resolver o problema ou minimizá-lo de uma forma eficiente, cuidados mais específicos e profissionais são necessários.

Quando o assunto é espinha, as causas que contribuem para o aparecimento dessas inflamações são diversas. Entre elas está o estresse. “Estimula diversas lesões de pele de natureza inflamatória. Uma delas é a acne,” explica a médica. Ela esclarece que isso acontece porque o estresse aumenta o nível do hormônio cortisol no corpo, desequilibrando o metabolismo. Mudanças na alimentação e restrição à atividade física também podem influenciar no aparecimento da acne. Aspectos que precisam ser também analisados e cuidados.

Com as olheiras e manchas não é diferente. Manter um sono regular é importante, assim como a hidratação oral, ou seja, beber primordialmente água. E novamente o uso de protetor solar é indispensável durante o dia, lembra a médica. Que ainda acrescenta: “Não perder a disciplina da rotina de skincare é importante, principalmente para quem já possui manchas em tratamento como o melasma. E as compressas geladas pela manhã podem ajudar a disfarçar as olheiras.” 

Celebre sua beleza autêntica 

Em um mundo que muitas vezes promove padrões de beleza irreais, a beleza natural é um ato de coragem e autoaceitação. Ao abraçar sua cara limpa e cuidar de sua saúde física e mental, você não apenas realça sua beleza, mas também se liberta das expectativas prejudiciais. Lembre-se de que você é única e linda exatamente como é. Sua beleza natural é um presente que merece ser celebrado.

Sobre Dra. Luciana Garbelini

Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Cuidados com a Pele

Cuidados com o Corpo

Como fazer as escolhas certas para uma rotina de cuidados corporais

A combinação entre os produtos certos e a forma de aplicá-los é um dos segredos essenciais quando o assunto é beleza. Aliar esses passos pode ajudar a potencializar alguns dos rituais de cuidado diário. Não só do rosto, como também do corpo. Mirando nessa área, que muitas vezes é deixada de lado, explicamos quais as melhores escolhas.

Quando se pensa em cuidados corporais uma das primeiras coisas que vem à cabeça é hidratar a pele. Mas, seria melhor escolher um hidratante ou um óleo de banho? “Óleo corporal funciona para evitar a perda excessiva de água através da pele. Forma como se fosse uma película protetora, mas não repõe água. Além disso, deixa a pele com uma textura macia e aveludada”, explica a dermatologista Luciana Garbelini. A médica destaca ainda que o óleo pode ser aplicado na pele úmida após o banho, sendo mais fácil de espalhar e não deixando um aspecto pegajoso.

Já se a intenção é a reidratação, ou seja, reposição de água nas camadas da pele é melhor optar por um creme hidratante.  E a doutora acrescenta: “É uma medida necessária em peles cronicamente secas, como em casos de dermatite atópica, pós-menopausa, hipotireoidismo, etc”. Assim, a combinação dos dois seria o mundo ideal! A sugestão é passar um hidratante e, depois de absorvido pela pele, o óleo. Ele vai ajudar a não perder a hidratação promovida anteriormente pelo creme.

Atenção aos pés

Os pés são as áreas mais ressecadas e consequentemente ásperas do corpo. Por isso, a Dra.Luciana recomenda sempre hidratar com produtos específicos para a região. “Escolher os que contêm substâncias que ajudam na retenção de água na pele, como uréia. E também que quebram a camada superficial mais espessa de queratina e promovem uma esfoliação química, como os queratolíticos,” indica.

A especialista também explica que uso de lixas promove uma esfoliação física e uma descamação mecânica. Isso estimula ainda mais a produção de pele, cada vez mais grossa, exatamente como um calo.

Outra etapa crucial

Esfoliar o rosto é algo relativamente comum, e as suas vantagens conhecidas. Então, por que não estender essa prática para outras partes do corpo? Apesar de não ser tão comum é uma boa opção e pode melhorar alguns ‘problemas’ na pele. “A esfoliação corporal ajuda a amenizar a foliculite nos glúteos (aquelas ‘bolinhas’ ásperas e espinhas no bumbum que incomodam muito e geralmente evoluem com manchas) e pelos encravados”, afirma a médica. Que também indica aplicar um hidratante corporal após o processo de esfoliação como medida de proteção imediata.

A prática ainda ajuda a clarear algumas áreas escurecidas do corpo, como a de axilas e virilhas,  promovendo a remoção das células mortas. Segundo a médica, esse escurecimento pode ter causas diversas. “Os métodos de depilação que provocam atrito ou inflamação como lâmina, cera quente ou fria. Assim como pelos encravados, principalmente associado ao hábito de manipular as lesões”, explica.

As razões também podem ser outras. Entre elas estão: “Distúrbios hormonais, síndrome dos ovários policísticos, resistência à insulina ou diabetes: tem como característica comum o espessamento e escurecimento da pele da nuca, axilas e virilhas. Assim como o sobrepeso e obesidade, que podem intensificar o atrito da pele durante o movimento em região de dobras. E as alergias, geralmente relacionadas aos desodorantes,” esclarece.

Sobre Dra. Luciana Garbelini

Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Tendências e Tratamentos Estéticos

Telemedicina e Dermatologia

As vantagens do uso da tecnologia na área da saúde em tempos de pandemia e em quais momentos usar

Diante do cenário atual, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu no dia 19 de março de 2020 a possibilidade de serem adotadas no país, em caráter excepcional e enquanto durar o combate à pandemia de COVID-19, algumas modalidades da telemedicina. De acordo com a entidade, a autorização tem por objetivo proteger tanto a saúde dos médicos como a dos pacientes. Além disso, no dia 31 do mesmo mês, o Senado aprovou projeto de lei que permite a prática de consultas médicas virtuais em caráter emergencial durante este período.

A telemedicina é o exercício do ofício por meio da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados com o objetivo de assistência, educação e pesquisa na área da saúde. De acordo com o documento, a prática poderá ser exercida em três moldes: teleorientação, que permite que os médicos realizem à distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento; telemonitoramento, que possibilita, sob supervisão ou orientação médica, que sejam monitorados a distância parâmetros de saúde e/ou doença; e teleinterconsulta, que permite a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

Segundo a dermatologista Luciana Garbelini, a telemedicina é uma ferramenta de grande utilidade para situações como a que vivemos hoje. “O isolamento social requerido nos obriga a pensar em novas alternativas para o exercício da medicina. Assim, a telemedicina, apesar da sua complexidade, torna-se útil em alguns casos”.

Telemedicina e a dermatologia

Na dermatologia, alguns estudos internacionais – realizados em locais em que a telemedicina já é rotina – apontaram que os eczemas e as lesões foliculares foram bem diagnosticados, enquanto em outros, foram observados que os diagnósticos mais acurados eram os casos de verrugas virais, herpes zoster, acne vulgar, dermatite irritante, vitiligo e infecções bacterianas e fúngicas. Atualmente, as lesões pigmentadas suspeitas de melanomas são um dos casos mais referidos para o uso da tecnologia. 

“Assim, é possível aplicar essa tecnologia em algumas situações: para realizar retornos de consultas, acompanhamentos de patologias crônicas já controladas, como vitiligo, psoríase, dermatite atópica e calvície, assim como orientações de rotinas de cuidados com a pele”, explica. No entanto, segundo a médica, em casos como alergias, dermatites agudas ou infecciosas, é imprescindível a consulta presencial. “A tecnologia pode ser útil para realizar uma triagem, mas ela por si só não resolve o problema. É necessário o contato com o médico para o diagnóstico final”.

De acordo com a dermatologista, a telemedicina agregará neste momento, mas é importante muito critério no seu uso. Ela nunca substituirá a consulta presencial do profissional da saúde. Apenas somará em momentos específicos, otimizando o tempo tanto do paciente como do médico. “Além de casos atípicos como este em que estamos vivendo, acredito que, no futuro próximo, a tecnologia na área da saúde será uma ferramenta útil para fazer triagem, levando o indivíduo diretamente ao especialista apropriado para sua doença, com intermédio de outro médico não especialista”.

Sobre Dra. Luciana Garbelini

Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Dicas e Curiosidades

Olheiras – Saiba como tratar e amenizá-las

O cansaço do isolamento social e do home office pode agravar as manchas escuras ao redor dos olhos. Veja como melhorar o problema

A rotina do home office, somada aos cuidados com a casa e o isolamento social, pode levar a um esgotamento que aparece na face, na forma de olheiras.

“Basicamente, as olheiras são manchas escuras localizadas nas pálpebras que aparecem em decorrência de vasinhos que se tornam visíveis abaixo da camada fina de pele. Para se ter uma ideia, a pele do restante do corpo pode vir a ter cerca de 2 milímetros de espessura, enquanto a pele da região dos olhos tem em média 0,5 milímetro. Por isso, essa área está mais favorável ao aparecimento de colorações escuras”, explica a dermatologista especialista em cosmiatria, Dra. Luciana Garbelini.

 Quais são os tipos de olheiras?

  • Olheiras profundas – são recorrentes em pessoas com o globo ocular naturalmente mais profundo, por questões genéticas, ou por perderem o preenchimento natural devido ao envelhecimento ou perda intensa de peso.
  • Olheiras vasculares – podem apresentar tons azulados, arroxeados ou avermelhadas e aparecem devido à má circulação do sangue depois de noites mal dormidas.
  • Olheiras pigmentares – geralmente são identificadas pelos tons amarronzados e são mais frequentes em pessoas com excesso de melanina ao redor dos olhos.
  • Olheiras mistas – este é o tipo mais comum entre as possíveis olheiras, que significa olheiras que possuem mais de uma causa e que, muitas vezes, estão associadas ao seu desenvolvimento, como genética, bolsas de gordura ou flacidez, acúmulos de vasos, entre outros.

 Como tratar as olheiras?

  • Máscaras hidratantes – “Máscaras para tratar a região dos olhos são ótimas apostas para amenizar o aspecto escuro das olheiras. Opte para as que oferecem ativos como extrato de aloe vera, pepino e ácido hialurônico”, sugere a especialista, que esclarece porque priorizar tais ingredientes, “quando combinados, esses componentes se tornam grandes aliados no combate às olheiras por hidratarem a região e aumentarem a oxigenação, evitando a hiperpigmentação e que a área fique mais escura.”
  • Compressas de água – Para suavizar as olheiras, Garbelini indica compressas de água fria. “A baixa temperatura das compressas provoca a vasoconsticção, que nada mais é do que a diminuição dos vasinhos pela redução de circulação do sangue na área sensível”, explica. Porém, Garbelini faz um alerta, “é importante não deixar a compressa muito gelada, já que, por ter a pele mais fina, a região pode queimar com mais facilidade.”
  • Dermocosméticos clareadores – “Algumas versões de dermocosméticos orgânicos possuem extrato de Erva Tostão e são as mais indicadas por conta da ação uniformizante e clareadora que agem em hiperpigmentações, atenuando o aspecto escurecido das pálpebras, além de promover a uniformização do tom da pele”, explica a dermatologista.
  • Massagens na região – “Massagear a região das pálpebras funciona como uma drenagem linfática e pode ajudar diminuir o edema da área”, pondera a dermatologista que dá o passo a passo. “Aplique um creme próprio para a região dos olhos e com o dedo anelar deslize com suavidade, do canto interno da pálpebra superior para o canto externo, fazendo uma leve pressão. Depois, repita o processo na parte inferior dos olhos. Para finalizar, dê leves batidinhas na região com a ponta dos dedos indicador e médio.”
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Blog Saúde e Doenças Dermatológicas

Mês do Melanoma – Conheça mais sobre esse tipo de câncer

Junho Preto: atenção à pele

No mês de conscientização sobre o melanoma, a dermatologista Luciana Garbelini explica mais sobre esse tipo de câncer

Os tumores cutâneos são os mais frequentes nos seres humanos e correspondem a cerca de 30% dos casos registrados de câncer. O melanoma está entre eles. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, houve 6.260 novos casos de melanoma, no ano de 2019, sendo 2.920 em homens e 3.340 em mulheres. Para falar mais sobre o assunto e estimular a conscientização a respeito do tema a dermatologista Luciana Garbelini, da Clínica Luciana Garbelini de São Paulo esclarece algumas dúvidas relacionadas a um dos mais perigosos cânceres de pele.

A origem do melanoma se dá por uma alteração nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina na pele. “Pode surgir em áreas de pele normal ou em modificação de pintas já conhecidas”. Na maior parte das vezes, esse tipo de mutação atinge pessoas de pele clara. Em homens, surge mais frequentemente no tronco, e em mulheres, nas pernas. “Apesar de mais comuns em pessoas de pele clara, outros fototipos (ou outros tons) de pele também podem apresentar a doença,” explica doutora Luciana. Ela também destaca que os tumores podem aparecer em outras partes do corpo, como a região da palma das mãos, planta dos pés e até embaixo das unhas. E completa: “Existem melanomas em outras regiões, além da pele, que também apresentam pigmento melânico como na coróide nos olhos e no labirinto dos ouvidos.”

Os fatores de risco são diversos. Um deles é a questão genética: “A história familiar é importante, em torno de 10% tem um parente de primeiro grau acometido,” como explica a médica. O desenvolvimento da condição também pode ter relação com a faixa etária, já que melanomas são mais comuns em adultos, sendo o pico de incidência aos 50 anos. “Atinge uma faixa de idade que vai desde adultos jovens até pessoas muito idosas,” completa a dermatologista. Queimaduras solares na infância ou adolescência e exposição solar intensa sem proteção durante a vida adulta também podem contribuir para o aparecimento do melanoma. Além da presença de múltiplos nevos (pintas), como destaca a especialista: “Mais de 100 nevos no corpo ou nevos grandes.”

Apesar de estar associado com as células que produzem a pigmentação da pele, Dra. Luciana esclarece que o melanoma não necessariamente é escuro ou tem relação com uma pinta. “É caracteristicamente enegrecido por ser uma alteração da célula que produz o pigmento da pele (melanina), mas existem melanomas esbranquiçados ou avermelhados, que chamamos de amelanótico, ou seja, estes são ausentes de melanina. Ela explica que uma pinta normal é geralmente marrom ou preta, de coloração uniforme, chata ou levemente elevada em relação ao restante da pele. “Podem ser redondas ou ovais e costumam ser menores que aquela borracha na ponta de um lápis. É possível estar na pele já no nascimento ou aparecer depois, mas são estáveis, com mesmo tamanho, forma e cor por muitos anos, embora possam clarear nas pessoas idosas.”

Já as pintas preocupantes, de acordo com a médica, seguem uma regra ‘ABCDE’, ou seja, critérios usados para identificar possíveis melanomas. Assim temos: “Assimetria, quando a metade da pinta é diferente da outra parte. Também se as bordas são irregulares, com características dentadas, chanfradas e com sulcos. Coloração, se há mais de uma cor no mesmo nevo (pinta), com diferentes tons de marrom e preto e, às vezes, de vermelho, azul ou branco. Diâmetro de mais de 6 mm, embora médicos possam diagnosticar melanomas bem menores com um aparelho chamado dermatoscópio. E evolução, mudanças de tamanho, forma ou cor observadas ao longo do tempo.” A dermatologista completa: “Alguns melanomas fogem dessa descrição e o melhor é procurar um especialista se suspeitar de algo diferente.”

Ainda que de incidência baixa, o melanoma é um dos tumores mais agressivos. “Ele representa apenas 3% dos casos de câncer de pele no Brasil,” comenta. Ela ainda explica que se descoberto em seus estágios iniciais, o melanoma é quase sempre curável, mas completa: “Sua incidência vem aumentando ao longo dos anos.” Porém o perigo está se diagnosticado tardiamente, podendo se espalhar para outras partes do corpo em um processo de metástase. “Dados apontam para crescimento de novos casos de 10% quando comparado a 2016,” destaca Luciana.

Como forma de cuidado é importante evitar exposição solar sem medidas de proteção. Usar sempre filtros solares e até barreiras físicas como boné ou camisetas. E manter a vigilância da pele. “Tenha o hábito de observar regularmente a pele à procura de manchas suspeitas e pintas novas ou que se modificaram.” A médica ainda ressalta a importância de consultar um dermatologista pelo menos uma vez ao ano, para que seja feito um exame apropriado da pele e a possível identificação de alterações cutâneas. E finaliza: “Prevenção nunca é demais.”

Sobre Dra. Luciana Garbelini

Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro, Pós-graduada em Estética Avançada no Instituto Superior de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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